Caso Clínico | Psicologia | Nº 2

Maria Mateus tem 20 anos de idade, vive em casa dos seus pais com eles e com os seus 2 irmãos e é a última filha do casal Mateus. É considerada pelos colegas e professores como uma estudante com rendimento médio, mas as coisas não têm corrido bem nos últimos tempos. Maria sempre foi uma pessoa que gostava de se socializar, de se divertir, e frequentemente descrita como mimosa. Desde muito cedo Maria só consegue tomar as suas decisões com a ajuda das pessoas que lhe são próximas, até aquelas que são consideradas como aparentemente simples. Desde pequena, o seu maior medo é ser abandonada pelos familiares apesar de não existirem acontecimentos a que possa se basear.
Quando tinha 15 anos, por exemplo, ficou muito triste e não queria regressar em casa sem os pais, que tiveram de lhe buscar e a mesma relatou aos seus professores que tinha medo de poder vir a ser abandonada pelos seus pais, depois de ter, na noite anterior, assistido um filme que falava sobre o assunto.
Há aproximadamento 6 meses começou a namorar com um colega seu, Francisco. No entando, eles terminaram a relação amorosa, por iniciativa do Franciso. O mesmo dizia que se sentia algo sufocado, relatou vezes que muitas vezes tinha de tomar decisões sobre a vida da sua ex namorada que não tinham exactamente a ver consigo. Mas o motivo da separação foi o facto de que ele não poderia ir a lugar algum que Maria dizia que iria também, porque, segundo ela, sentiria falta. “a parte boa de tudo isto é que ela não me dizia não em nada, eu fazia tudo o que queria sem nenhum problema, desde que isto não significasse estar distante”, afirmou Franciso.
Francisco tentou se afastar aos poucos, mas isto não foi possível. Toda a vez que o mesmo tentava afastar-se da namorada ela dizia que iria se suicidar, ou uma outra coisa que Francisco não conseguia fazê-lo.
No entanto, esta situação deixou-lhe algo atormentado, sem saber o que fazer, sem direcção. Apesar de gostar muito da Maria, ele sentia-se mal pelos “excessos da mesma” e dicidiu colocar fim a relação.
Na mesma noite, Maria tomou comprimidos para se suicidar, mas felizmente a morte não chegou. Desde este dia, o seu rendimento escolar baixou consideravelmente.
Apesar de ter o cuidado e o carinho dos seus familiares, Maria começou a perder peso, pedeu prazer de fazer as coisas de que antes gostava, mostrava-se aborrecida com tudo.
No 5º dia após o término as suas amigas convidaram-na para sair, e só aceitou depois de muita insistência. No entanto, a noite terminou logo depois de começar, tudo porque Maria começou a chorar sem parar, e aquilo que seria uma noite de descontração, para deixar os problemas para trás, virou um dia de choros.
Não vendo melhorias, e não querendo piorar a situação da Maria, as amigas acharam melhor deixá-la em casa.
Depois de uma semana em casa, sem vontade de ir á escola, os pais convenceram-na a ir. Mas ela teve de ir de transporte, dada a fraqueza e fácil cansaço que dizia e aparentava sentir.
Com insónias, sentindo-se inútil, “a pior pessoa do mundo”, dificuldade em se concentrar e expressando frequentemente frase como “vou me matar” “a minha vida não faz mais sentido”, os pais chamaram o namorado apesar da mesma não concordar.
Depois do ex namorado chegar e explicar o que aconteceu, os pais não viram outra alternativa senão ir ao hospital procurar ajuda de um psicólogo.
Diante deste breve relato, acha que Maria tem alguma perturbação mental? Porquê? Escreva a sua opinião nos comentários.