Caso Clínico | Psicologia | Nº 4

Caso Clínico | Psicologia: Rafael Zola é um menino muito tranquilo, simpático mas tímido. É um menino de 7 anos, de uma família de class...

Caso Clínico | Psicologia | Nº 4

Rafael Zola é um menino muito tranquilo, simpático mas tímido. É um menino de 7 anos, de uma família de classe média. Nos seus tempos livres gosta de jogar futebol, brincar ao jogar ps4 e brincar com seus amigos.

A sua timidez levou Rafael a não ter muitos amigos. Não é um menino de muitas iniciativas, mas é bastante receptivo às intenções dos outros de se comunicarem com ele.

Rafael não é, desde o primeiro ano na escola, o menino mais aplicado, mas também nunca esteve entre os piores. No entanto, nos últimos tempos o seu interesse pelos estudos, mas mais especificamente pela escola, tem decaído.

O seu rendimento tem baixado e certa vez Rafael perguntou à mãe se o considerava inteligente. A mãe, sem perceber muito bem o que se passava e algo surpresa com a pergunta, apenas respondeu “você é muito inteligente, meu filho querido”. Não satisfeito com a resposta, voltou a perguntar, mas ao seu pai, que respondeu que “ele tinha “saído ao pai, então não tinha como não ser inteligente”. E acrescentou “na nossa família somos todos muito inteligentes”.

Mas essa não é a primeira vez que Rafael questiona-se sobre a sua inteligência, só é a primeira vez que externaliza algumas dúvidas.

Certa vez, Rafael chegou em casa com algumas feridas. Ao que tudo indicava, andou “à pancada” ou foi espancado pelos seus colegas. O episódio chamou a atenção dos seus pais, que mostraram muita preocupação.

“O nosso menino nunca deu trabalho, sempre foi um rapaz bem comportado, educado, uma criança meiga. O que se passa?” – questionaram os pais. Quando perguntaram ao Rafael, o menino desatou a chorar. Chorava quase que inconsolavelmente. A situação preocupou ainda mais os pais.

Quando finalmente conseguiram acalmá-lo, questionaram-no novamente – o que se passou, meu filho?.

Os meus colegas estão sempre a pegar no meu pé, não deixam-me em paz, deram-me o nome de “cobrinha” –  respondeu Rafael. Os seus pais estavam surpresos, sem entender o que se passou, e questionaram-no novamente – o que se passou, porquê que te atribuíram este nome?

Todos os meus colegas acham a minha letra feia, o grupo do Marcos goza comigo quase sempre, não há um dia sequer que eles não falam da minha letra, e hoje… hoje… – e começou a chorar novamente.

No dia seguinte, os pais levaram Rafael à escola, mas não ficaram por aí. Foram ter com a professora e perguntaram-na como anda o desempenho académico do Rafael.

A professora disse que o Rafael é um bom menino, mas que ainda não conseguiu superar algumas debilidades em termos de grafia e comete muitos erros. Na verdade é muito difícil ler o que o Rafael escreve, até ele mesmo encontra dificuldade, tem dificuldade em escrever sobre a linha, as letras variam muito de tamanho e apresenta uma enorme lentidão na hora quando está a escrever. Para além disso, o pouco que se consegue ler, percebe-se que há vários erros. Por isto o seu desempenho académico tem baixado.

Realmente este problema é antigo, não sabemos o que fazer para o ultrapassar. Mas para além disso, o menino queixou-se de um dos seus colegas, na verdade, de vários, cujo líder aparentemente é o Marcos. No dia anterior, o menino chorou muito depois de sair da escola, porque foi espancado pelos seus colegas. – Afirmaram os pais do Rafael. Não sabia que isto tinha acontecido, vamos contactar a diretoria  e assim que for possível entraremos em contacto com os senhores. Pedimos desculpas pelo que aconteceu e agradecemos o gesto de cá terem vindo. Entraremos em contacto assim que possível. – Disse a professora do Rafael.

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