OS ESTILOS PARENTAIS

Os quatro estilos parentais são: autoritativo, autoritário, indulgente e negligente. Estes podem ser definidos como...

Os estilos parentais ajudam qualquer pessoa a responder as seguintes questões: Como educar os seus filhos? Como educar crianças? Como educar os seus filhos com limite e amor ao mesmo tempo?

Educar um ser nos nossos tempos não é uma tarefa fácil. Os pais têm cada vez menos tempo para lidar com os filhos, os filhos estão normalmente expostos a muitas situações, grupos e assim por diante.

Diante de tudo isto a questão de saber se se está a educar bem alguém, onde se tem falhado e como retificar, ou ainda qual é o perfil do pai ideal surge a tona.

Compreenda aqui o quais são as características que os pais devem ter, o que devem fazer, para educar os seus filhos nos tempos actuais. Mas antes, entenda o que são estilos comportamentais e como eles te podem ajudar.

O que são estilos parentais?

O estilo é a “maneira de se exprimir, agir, pensar, falar ou escrever característica de uma pessoa, de um grupo ou de uma época”[1].

Um parente é um “indivíduo que, em relação ao outro ou outros, pertence à mesma família”[2]. Já o termo parental, diz respeito àquilo que é “relativo a um parente, pai ou mãe” [3].

Assim, tomando como referência os dois parágrafos anteriores, é possível dizer que o estilo parental é a maneira característica de um pai ou uma mãe educar os seus filhos.

De um ponto de vista técnico, o estilo parental é “o conjunto de atitudes e práticas dos pais em relação aos filhos que caracteriza a natureza da interação entre eles”[4].

Quais são os tipos de estilos parentais?

Sem entrar em muitos detalhes do ponto de vista histórico, geralmente são descritos, à nível da literatura, de três a quatro tipos de estilos parentais. Estes estilos parentais têm as mesmas designações e características que os tipos de líderes abordados em psicologia social.

O facto dos estilos parentais e os tipos líderes receberem as mesmas nomeclaturas não é de admirar, uma vez que o pai ou a mãe são os responsáveis (líderes) de uma família.

Assim, os tipos ou estilos parentais são:

Inicialmente foram nomeados 3 estilos parentais (autoritativo, autoritário e indulgente)[5] e posteriormente acrescentou-se 1, o negligente[6], somando assim 4 estilos parentais.

No entanto, para entender estes tipos de pais é necessário compreender 2 conceitos essenciais propostos por Maccoby e Martin: responsividade e exigência.

Responsividade refere-se a atitudes compreensivas dos pais que visam, por meio do apoio emocional e da comunicação, favorecer o desenvolvimento da autonomia e da autoafirmação dos filhos.

Já exigência inclui atitudes dos pais que buscam controlar os comportamentos dos filhos por meio de limites e regras.

Dito de outra forma, a responsividade leva a autonomia, e a exigência, ao controlo dos pais. Mas é importante lembrar que a autonomia não significa necessariamente libertinagem.

Nesta perspectiva, os pais autoritativos são aqueles que possuem elevada responsividade e exigência; os negligentes são o extremo oposto, ou seja, os que apresentam apresentam baixas responsividade e exigência; os pais autoritários  são muito exigentes e poucoquíssimo responsivos e os pais indulgentes são muito responsivos, mas pouco exigentes.

Você já deve estar a se perguntar que tipo de estilo parental é o melhor, mas guarde o seu palpite por enquanto. Vamos compreender melhor a seguir[7]:

Estilo Parental Autoritário

  • Impõem regras;
  • Não incentivam o diálogo;
  • Uso da punição, incluindo física,
  • Limitam a capacidade dos filhos na resolução dos próprios conflitos;
  • Não respondem às necessidades emocionais dos filohos;
  • A educação tem como base o controlo e a punição.

Estilo Parental Democrático ou Autoritativo

Os pais autoritativos ou democráticos têm as seguintes características:

  • Incentivam e respeitam a liberdade e autonomia dos filhos;
  • São responsivos às necessidades e opiniões dos filhos;
  • São abertos ao diálogo;
  • Exercem controlo somente quando necessário;
  • Explicam as razões das suas atitudes de controlo e deixam claro as suas expectativas para com os seus filhos.

Estilo Parental Permissivo ou Indulgente

  • Dificuldade em import limites e fazer exigências;
  • Evita conflitos e é muito flexível;
  • Não reconhecem ou corrigem os maus comportamentos dos filhos;
  • Não são claros quanto as suas expectativas em relação filhos;

Estilo Parental Negligente

Demosnstram falta interesse pela vida dos filhos

OS RESULTADOS E CONSEQUÊNCIAS DE CADA UM DOS ESTILOS PARENTAIS

A seguir apresentamos os resultados de cada tipo de estilo parental[8]:

Estilo Parental Autoritário

Os filhos estão mais propensos a desenvolver medo, raiva e isolamento social, têm propensão a depressão e consumo de drogas.

Estilo Parental Democrático ou Autoritativo

Contribuem para o desenvolvimento psicossocial dos seus filhos e normalmente os seus filhos têm boa autoestima e sente-se bem psicologicamente. Normalmente os filhos de pais adoptam o estilo democrático têm menor propensão ao uso de drogas, depressão quando adolescentes.

Estilo Parental Permissivo ou Indulgente

Os filhos de pais que adoptam este estilo podem desenvover autonomia e boa autoestima, mas tendem também a apresentar comportamento agressivo, consumo de drogas e hiperatividade.

Estilo Parental Negligente

os filhos estão mais propensos a depressão, ansiedade e perturbações somáticas, tendem ao baixo rendimento académico, consumo de drogas ilícitas, e uso excessivo da internet.

QUAL É O MELHOR ESTILO PARENTAL?

Depois de tudo que foi dito aqui, a pergunta que se faz agora é, qual é o melhor?

Para que está claro para você que o melhor estilo é o democrático ou autoritativo, não é?

Se sim, você está certo.

Se você é pai, pare para reflectir o que tem feito para ser um pai/mãe que adopta o estilo democrático. Pode parecer que você não vai a tempo, mas não é verdade. Os seus filhos são dos maiores projectos que você pode ter. Invista tempo nos seus filhos. Se você estiver a passar por problemas familiares e achar que não consegue resolver, procure um psicólogo.


[1] Louis-Marie MORFAUX e Jean LEFRANC, Novo Dicionário da Filosofia e das Ciências Humanas, col. Atlas e Dicionários, Instituto Piaget, Lisboa, 2009.

[2] Alfredo CAMACHO e António TAVARES, O Nosso Dicionário: Dicionário da Língua Portuguesa, Didáctica Editora, Lisboa, 2008.

[3] Alfredo CAMACHO e António TAVARES, O Nosso Dicionário: Dicionário da Língua Portuguesa, Didáctica Editora, Lisboa, 2008.

[4] Priscila LAWRENZ, Luísa Cortelletti ZENI, Thaís de Castro JURYARNOUD, Laura Nichele FOSCHIERA e Luísa Fernanda HABIGZANG, “Estilos, Práticas ou Habilidades Parentais: Como Diferenciá-Los?”. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, Ano 16, N.º1 (2020), pp. 2-9. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org >. Consultado aos 29 de Agosto de 2023.

[5] Cfr.: BAUMRIND, Effects of authoritative parental control on child behavior. CHILD DEVELOPMENT, Ano 37, N.º 4 (1966), pp. 887-907, apud Priscila LAWRENZ, Luísa Cortelletti ZENI, Thaís de Castro JURYARNOUD, Laura Nichele FOSCHIERA e Luísa Fernanda HABIGZANG, “Estilos, Práticas ou Habilidades Parentais: Como Diferenciá-Los?”. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, Ano 16, N.º1 (2020), pp. 2-9. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org >. Consultado aos 29 de Agosto de 2023.

[6] Cfr.: MACCOBY e MARTIN,  Socialization in the context of the family: Parent-child interaction. Em: Hetherington (Org.), Handbook of child psychology: socialization, personality, and social development, 4ª Ed. , Vol. 4, Wiley, New York, pp. 1-101, apud Priscila LAWRENZ, Luísa Cortelletti ZENI, Thaís de Castro JURYARNOUD, Laura Nichele FOSCHIERA e Luísa Fernanda HABIGZANG, “Estilos, Práticas ou Habilidades Parentais: Como Diferenciá-Los?”. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, Ano 16, N.º1 (2020), pp. 2-9. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org >. Consultado aos 29 de Agosto de 2023.

[7] Cfr.: Priscila LAWRENZ, Luísa Cortelletti ZENI, Thaís de Castro JURYARNOUD, Laura Nichele FOSCHIERA e Luísa Fernanda HABIGZANG, “Estilos, Práticas ou Habilidades Parentais: Como Diferenciá-Los?”. REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, Ano 16, N.º1 (2020), pp. 2-9. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org >. Consultado aos 29 de Agosto de 2023.

[8] Ibidem.

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