Frequentemente ouvimos falar de personalidade. Expressões como “fulano é uma grande personalidade”, “fulano tem uma personalidade forte” não são incomuns. Mas será que a Psicologia entende desta forma o que é a personalidade?

Veja a seguir as seguintes definições sobre a personalidade:
- A Personalidade é a “forma como uma pessoa pensa, reflecte, age, e se comporta em diferentes situações”[1].
- A personalidade “corresponde a padrões de pensamento, sentimento e comportamento, que caracterizam o estilo de vida particular de um indivíduo e do seu modo de adaptação”[2].
- A personalidade é “um conjunto de processos organizados (cf. Determinantes inatos, adquiridos), relativamente estáveis, que confere ao ser humano o seu carácter único e singular e que permite explicar as suas acções no decurso da sua existência”[3].
Mas dito de forma resumida, o conceito de personalidade foi criado pelos psicólogos para descrever, explicar e prever o comportamento das pessoas, bem como inferir aspectos internos do sujeito (quanto a sua funcionalidade).
Na personalidade encontramos conceitos como temperamento e carácter.
Existem, assim, conceitos adjacentes à personalidade, são eles:
O carácter: “faz referência aos atributos adquiridos pela experiência e aos processos adaptativos aplicados no decurso do desenvolvimento e não é hereditário”[4].
Temperamento: “Conjunto dos elementos inatos morfológicos e fisiológicos que constituem cada natureza individual”[5].
Basicamente, a diferença existente entre a temperamento e o carácter é que o temperamento tem um pendor mais biológico (mais determinado por factores biológicos) enquanto o carácter é mais determinado por aspectos sociais ou ambientais.
Tipos de temperamento[6]:
- Melancólico: geralmente descrito como sujeito triste, reservado e sério;
- colérico geralmente descrito como indivíduo agressivo, excitável e impaciente;
- fleumático frequentemente descrito como sujeito passivo, pacífico e calmo;
- sanguíneo usualmente entendido como sujeito sociável, extrovertido e alegre.
[1] Grégory MICHEL e Diane PURPER-OUAKIL, Personalidade e Desenvolviemento: do Normal ao Patológico, col. Epigénese, Desenvolvimento e Psicologia, Instituto Piaget, Lisboa, 2009.
[2] Ibidem
[3] Ibidem
[4] Ibidem
[5] Louis-Marie MORFAUX e Jean LEFRANC, Novo Dicionário da Filosofia e das Ciências Humanas, col. Atlas e Dicionários, Instituto Piaget, Lisboa, 2009, pp. 618.
[6] Cfr. Luiz PASQUALI, Histórico dos Instrumentos Psicológicos.